Reiki em Ambiente Hospitalar: A Energia no Cuidado de Pacientes Humanos e Animais
- M.V. Claudia Barbieri
- 18 de mai.
- 4 min de leitura
Atualizado: 29 de mai.
Durante minha recente viagem aos Estados Unidos, além de visitar uma importante clínica de medicina veterinária holística, uma das experiências mais impactantes foi conhecer o Boston Children’s Hospital, que oferece Reiki como parte oficial do cuidado aos pacientes e seus familiares. Como veterinária holística e mestre de Reiki, essa vivência me tocou profundamente. Ver o Reiki, uma prática energética muitas vezes mal compreendida, ser acolhido por uma instituição médica tradicional, referência em atendimento pediátrico e afiliada à Universidade de Harvard, reacendeu minha esperança de que estamos, de fato, caminhando rumo a uma medicina mais integrativa, humana e compassiva.
Neste artigo, compartilho o que vivenciei, aprendi e como isso pode nos inspirar na medicina veterinária.
Reiki em Hospitais: Da Prática Complementar à Realidade Clínica
No Boston Children’s Hospital, o Reiki é oferecido por enfermeiros que são treinados e certificados nesta terapia, atuando como parte da equipe multidisciplinar. Os atendimentos são realizados nos próprios quartos, respeitando a intimidade, a condição clínica e a preferência dos pacientes. O foco não é substituir os tratamentos convencionais, mas oferecer um suporte complementar ao bem-estar físico, emocional e espiritual. Além dos pacientes, os pais e cuidadores também podem receber sessões de Reiki em uma sala própria e reservada, onde encontram um espaço para relaxar e aliviar o estresse que acompanha o processo de internação hospitalar — especialmente quando se trata de questões de saúde que envolvem crianças.
A presença do Reiki em um hospital desse porte só é possível graças à aceitação e ao apoio de médicos, enfermeiros e gestores. Ressalto que isso se sustenta não apenas nos relatos positivos de pacientes e familiares, mas também em pesquisas científicas que vêm sendo conduzidas ao redor do mundo, indicando os diversos benefícios desta terapia, como maior tranquilidade, redução da dor e da ansiedade, melhora na qualidade do sono, recuperação mais rápida e uma percepção subjetiva de conforto e acolhimento.
Mas o que isso tem a ver com a Medicina Veterinária? E por que escolhi um Hospital Pediátrico?
Como médica veterinária homeopata, já vivencio esta semelhança entre meus pacientes e as crianças (em especial bebês e crianças de colo) há muito tempo. Sendo veterinários ou médicos pediatras, não contamos com a comunicação direta do paciente e dependemos dos seus pais ou tutores para obtermos algumas informações importantes, além da nossa percepção e experiência.
Além disso, sabemos que nossos pacientes animais também vivenciam dor, medo, estresse e sofrimento emocional, especialmente durante internações, cirurgias ou doenças crônicas e neste sentido, o Reiki pode ser uma ferramenta importante e não invasiva para apoiar o bem-estar dos animais em ambientes hospitalares veterinários. E, da mesma forma que os pais das crianças, os tutores de pets também podem se beneficiar dessa energia para tornar o acompanhamento do seu pet mais tranquilo ou menos estressante.
Imagine um pet internado recebendo uma sessão de Reiki para ajudá-lo a relaxar, lidar melhor com a dor ou simplesmente sentir-se mais seguro... Imagine o tutor recebendo apoio emocional por meio da energia amorosa que o Reiki proporciona. Imagine os profissionais de saúde contando com essa ferramenta para manterem sua própria energia equilibrada em meio à rotina intensa. Tudo isto é possível, desejável e já começa a ser desenvolvido através de iniciativas pioneiras pelo mundo.
Como pesquisadora na área, posso afirmar que a ciência começa a comprovar de forma mais evidente aquilo que muitos profissionais já percebem na prática. Diversos estudos clínicos randomizados e revisões sistemáticas vêm apontando os efeitos positivos do Reiki em seres humanos, como a redução de dor, ansiedade e estresse, além de melhorias na qualidade de vida em pacientes com câncer, doenças crônicas ou em cuidados paliativos.
No campo veterinário, a produção científica ainda é bem reduzida, mas acredito no seu crescimento para os próximos anos. Pesquisas preliminares com animais indicam que o Reiki pode contribuir para a redução de comportamentos relacionados ao estresse e redução da dor e inflamação, por exemplo. Mas além dos dados objetivos, há algo que a ciência ainda não consegue medir com precisão: a presença amorosa, silenciosa e acolhedora que o Reiki leva até o ser que sofre. E isso, por si só, já transforma.
Implementar o Reiki em hospitais veterinários ainda encontra desafios: desconhecimento, preconceito e a ausência de profissionais capacitados para atuar em ambientes clínicos e hospitalares — uma realidade que exige preparo técnico, emocional e ético. Por outro lado, há um terreno fértil – o crescente interesse dos tutores por terapias integrativas, surgimento de clínicas veterinárias holísticas, e um número cada vez maior de profissionais comprometidos com a saúde integral dos animais tendem a aumentar a aceitação de terapias como o Reiki.
O caminho começa com a formação séria, a prática ética e o diálogo aberto com a medicina convencional. Não se trata de competir com os tratamentos médicos convencionais, mas de ampliar o cuidado, trazendo mais conforto, bem-estar e presença ao processo de cura. A presença do Reiki em hospitais humanos é um sinal claro de que as práticas baseadas em energia estão ganhando reconhecimento e espaço na medicina moderna. O Reiki não é apenas uma técnica — é uma filosofia de vida, baseada na compaixão, no respeito e na conexão profunda com o ser em sua totalidade.
Na medicina veterinária, ainda temos muito a construir — mas cada profissional, cada tutor, cada animal tocado por essa energia amorosa ajuda a abrir novos caminhos. Que possamos ser parte dessa mudança, trazendo o Reiki do silêncio do coração para o centro do cuidado — com ciência, ética e amor.

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