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Burnout e Fadiga da Compaixão entre Veterinários: Como o Reiki Pode Ajudar a Restaurar o Bem-Estar

A medicina veterinária é uma profissão nobre e essencial, que desempenha um papel fundamental na saúde e no bem-estar dos animais e, por conseguinte, no bem-estar dos seres humanos. Isso não significa, no entanto, que não haja desafios, e os profissionais da veterinária não estão imunes aos problemas de saúde mental impostos pela rotina dessa profissão.


Ao longo dos anos, percebi que o estresse, que faz parte do cotidiano veterinário, gera inúmeros problemas de saúde física, mental e emocional. Muitos colegas veterinários não sabem exatamente como lidar com isso e acabam deixando a profissão prematuramente ou, pior ainda, enfrentando quadros de depressão e até tentativas de suicídio. Por esse motivo, decidi escrever este artigo, não apenas para alertar sobre essa questão e suas consequências, mas também para mostrar que existem ferramentas muito eficazes para lidar com isso. Nele, abordaremos o “burnout” e a “fadiga da compaixão”, mencionando algumas causas, consequências e maneiras de ajudar os profissionais a superarem esses desafios.


Mas o que exatamente é "burnout” e fadiga da compaixão?

Burnout é um estado de exaustão emocional, física e mental causado por estresse excessivo e prolongado. Isso ocorre quando uma pessoa se sente sobrecarregada, emocionalmente esgotada e incapaz de atender às demandas contínuas. À medida que o estresse persiste, a pessoa começa a perder o interesse e a motivação que a levaram a assumir um determinado trabalho, o que reduz a produtividade e consome energia, fazendo com que a pessoa se sinta cada vez mais desamparada, sem esperança e ressentida. Por fim, chega-se a um ponto em que a pessoa sente que não tem mais nada a oferecer. Dentre os sintomas de burnout, destacam-se a despersonalização, isto é, a insensibilidade e embotamento emocional, sensação de esgotamento e desgaste emocional, falta de energia e entusiasmo, baixa realização profissional e pessoal, e sentimento de frustração e tensão.


Já a fadiga da compaixão trata-se de uma síndrome que apresenta sintomas bastante semelhantes ao “burnout”, mas que decorre da constante compaixão e cuidado com os outros. Isso causa, ao longo do tempo, um declínio na habilidade do profissional de experimentar alegria e satisfação. A fadiga da compaixão inclui exaustão biológica, psicológica e social, que pode acometer indivíduos que liberam energia psíquica em forma de compaixão a outros seres humanos, por um período de tempo, sem se sentirem suficientemente recompensados. Os sintomas podem incluir, entre outros, dissociação, entorpecimento, isolamento, hipervigilância, problemas de sono, choro, e geralmente se desenvolvem com o tempo.


Embora o burnout e a fadiga da compaixão não sejam exclusividade dos veterinários, nesta profissão, vários fatores contribuem para os altos índices desses problemas. Os veterinários lidam no dia a dia não só com o sofrimento dos animais, mas também com questões relacionadas aos tutores, não apenas em nível de expectativas, mas também com problemas no núcleo familiar onde o animal vive, que muitas vezes dificultam a cura. Além disso, há a questão financeira, já que a grande maioria dos veterinários recebe uma remuneração aquém das exigências e responsabilidades do seu trabalho, além de enfrentarem cargas de trabalho extremamente extenuantes.


Todos esses fatores fazem com que os veterinários corram um risco maior de enfrentar problemas de saúde mental e emocional do que outros profissionais. Mas as consequências do esgotamento e fadiga da compaixão entre veterinários vão além do indivíduo em si. Estes profissionais geralmente relatam esgotamento físico, mental e emocional, redução da satisfação no trabalho, diminuição do desempenho profissional e pior atendimento ao paciente.


Além disso, veterinários com dificuldades de saúde mental e emocional podem ter problemas com tomada de decisões, comunicação com os clientes e manutenção de relacionamentos eficazes com os colegas de trabalho. Isso pode criar um ciclo de agravamento do estresse e do esgotamento, levando a uma maior deterioração do bem-estar mental e da satisfação com a carreira. É importante notar também que os veterinários, como um grupo, tendem a subestimar o tratamento de condições de saúde emocional e mental.


Formas eficazes de promover a saúde mental e emocional e prevenir o burnout e a fadiga da compaixão podem incluir apoio psicológico, desenvolvimento de habilidades de enfrentamento e promoção de um ambiente de trabalho saudável, requerendo uma abordagem multifacetada que inclua mudanças individuais e sistêmicas. Além de buscar oportunidades de desenvolvimento mental e emocional, é essencial que os veterinários busquem terapias integrativas que proporcionem autocuidado e autoconhecimento a fim de melhorar o seu próprio bem-estar e, consequentemente, sua performance profissional. Isso porque, primeiramente, devemos nos curar para podermos ajudar e curar os outros. E, nesse sentido, o Reiki é uma excelente ferramenta que pode contribuir de maneira muito eficaz para esses profissionais.


Mas o que é Reiki?

O Reiki é uma técnica japonesa de cura energética que equilibra o biocampo do corpo, podendo despertar a capacidade de autocura. A palavra Reiki tem origem japonesa e pode ser interpretada como “consciência espiritual aliada à força vital universal”. Essa força vital, ou "qi", pode sofrer interrupções no corpo humano, causando desequilíbrios no nível espiritual ou emocional, que podem se transformar em padrões disfuncionais de energia, levando a desequilíbrios e doenças.


Assim, pode ser uma ferramenta valiosa no combate ao esgotamento dos veterinários, uma vez que promove o relaxamento, reduz o estresse e melhora a clareza mental, ajudando a restaurar o bem-estar emocional e físico desses profissionais. Além disso, ajuda a liberar bloqueios e reduz as sensações de esgotamento e fadiga da compaixão, permitindo que os veterinários se concentrem e se reequilibrem, incentivando-os a nutrir seu próprio bem-estar para então cuidar de seus pacientes de maneira mais eficaz. Sessões regulares de Reiki podem aumentar a resiliência, melhorar o sono e promover uma maior sensação de paz interior.


Atualmente, existem apenas alguns artigos científicos publicados que abordam os efeitos do Reiki sobre o burnout e a fadiga da compaixão entre os profissionais da área de saúde, mas essas pesquisas são de alta qualidade e mostram resultados promissores. De qualquer forma, sendo eu mesma médica veterinária e Mestre de Reiki e tendo enfrentado muitos desafios ao longo dos anos, acredito firmemente que o Reiki, mais do que uma ferramenta poderosa para ajudar a lidar com os desafios dessa profissão de forma mais equilibrada, é um estilo de vida e proporciona uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional relevante. Isso porque, nosso equilíbrio interior se reflete em mais clareza de raciocínio e, por conseguinte, atendimentos mais eficazes e compassivos, sendo uma excelente maneira de cuidar de nós mesmos e dos nossos queridos animais.


Referências:

 

1.     Baldwin AL. Reiki in Clinical Practice: A Science-Based Guide. 1st ed. East Lothian: Handspring Publishing; 2020:13-29.

2.     Gyles C. Surprising new findings on veterinarians' mental health and well-being. Can Vet J. 2018 Oct;59(10):1041-1043.

3.     Harrison K. Compassion Fatigue: Understanding Empathy. Vet Clin North Am Small Anim Pract. 2021 Sep;51(5):1041-1051. doi: 10.1016/j.cvsm.2021.04.020. Epub 2021 Jul 1.

4.     Ho NT, Santoro F, Palacios Jimenez C, Pelligand L. Cross-sectional survey of sleep, fatigue and mental health in veterinary anaesthesia personnel. Vet Anaesth Analg. 2023 Jul;50(4):315-324. doi: 10.1016/j.vaa.2023.03.003. Epub 2023 Mar 22.

5.     Natale G., Reconnecting to NursingThrough Reiki. Creative Nursing, Volume 16, Issue 4, 2010.




 
 
 

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